terça-feira, 1 de maio de 2012


A MÃE ÁFRICA VIVE EM NÓS! AXÉ!!!


A despeito de três séculos de escravismo e de inúmeras tentativas de fazê-la desaparecer, a matriz cultural afro-brasileira resistiu aos domínios das elites e terminou por influenciar campos tão diversos como a língua, religião, música, dança culinária e literatura brasileiras. Contudo, apesar dos esforços de resistência, grande parte da população afro–brasileira encontra-se em situação de exclusão econômica, social e cultural.
A compreensão da história do Brasil em seus 500 anos só é possível através do conhecimento mais profundo sobre a presença negra na sua constituição. O modo de viver, pensar e trabalhar do brasileiro está completamente impregnado da matriz africana. 

"Ontem à noite eu tive um sonho
Ontem à noite eu tive um sonho
Que não me sai do pensamento
Sonhei com a senzala, para mim foi um sofrimento.
O sonho me lembrou todo aquele tempo passado
Que o negro como um animal, era no tronco amarrado
Acordei tão assustado, e comecei a pensar
Que depois de tanto tempo, o negro conseguiu se libertar
Eu peço aqui agora, para quem estiver me ouvindo
Enquanto o negro apanhava, o branco estava sorrindo
Hoje a escravidão acabou, pois vamos nos lembrar
Da força de Zumbi que lutou até morrer
Sua luta nos deixou hoje uma grande lição
Que é lutar por nossos direitos e proteger nossos irmãos
E hoje na nossa história, não se fala nisso mais não
Falam que foi a Princesa Izabel que libertou a escravidão
Quando eu pego o Berimbau, sinto o corpo arrepiar
Lembrando de todo passado que o negro vivia sempre a apanhar 
E com a Capoeira de Angola, ele conseguiu se libertar."                                  
 (JOGO DE DENTRO, CD Capoeira angola tem fundamento. 2006).






"Aprendemos a voar como os pássaros,a nadar como os peixes, mas não aprendemos a singela arte de viver como irmãos".(Martin Luther King).


A DANÇA COMO HERANÇA



A dança originou-se na África como parte essência da vida nas aldeias. ela acentua a unidade entre seus membros, por isso é quase sempre uma atividade grupal. Em sua maioria, todos os homens, mulheres e crianças participam da dança, batem palmas ou formam circulos em volta dos bailarinos. Em ocasiões importantes, danças de rituais podem ser realizadas por bailarinos profissionais. Todos os acontecimentos da vida africana são comemorados com dança, nascimento, mortem plantio ou colheita; ela é a parte mais importante das festas realizadas para agradecer aos deuses uma colheita farta.
TIPOS DE DANÇAS.
baiano/ baião-de pares
bambelo ou coco-de zambê-de roda bate-baú-de roda
batuque-de-fileira
calango-de-pares
carimbó-de-roda
caxambu-roda
frevo-individual
jongo-de-roda
lundu-de-pares
macunlelê-de-fileira
mineiro-pau-de-pares
pagode de amarante de fileira
partido-alto-de-roda
samba-de-roda
tambor-de-crioula-de-roda.

A Capoeira é uma luta disfarçada em dança, criada pelos escravos trazidos da África nos navios negreiros para o Brasil.

                                        

                                                    

O berimbau é que cria o clima e dita o jogo que vai acontecer na roda. 


O coco é um ritmo que vem da divisa de Alagoas com Pernambuco. O nome refere-se também à dança ao som deste ritmo.
Coco significa cabeça de onde vêm as músicas, de letras simples. Com influência africana e indígena, é uma dança de roda acompanhada de cantoria e executada em pares, fileiras ou círculos durante festas populares do litoral e do sertão nordestino.







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A cuíca, assim como uma série de instrumentos oriundos do continente africano e incorporados à música brasileira, chega ao Brasil no período da escravidão, provavelmente trazida pelos negros banto. 



As danças de umbigada são danças com tambores, danças de batuques. Batuque é o instrumento, a percussão e o acontecimento, a performance da manifestação. A umbigada é um gesto presente nessas manifestações, é o encontro de umbigos que significa um convite ou uma intimação usado pelos dançarinos para convidar alguém para o centro do círculo ou tirar de dentro.


 




Tambores são tão ancestrais como o próprio homem,os primeiros tambores foram feitos na pré historia para o homem cultuar seus deuses e pelo remorso que o próprio homem tinha quando matava um animal.

Uma das mais ricas manifestações da cultura afro-brasileira. Originário dos batuques e danças de roda trazidos do Congo e de Angola pelos negros da nação Bantu, o jongo é uma dança comunitária de origem rural que data da época da escravidão e foi recriada nas primeiras favelas do Rio de Janeiro, como Mangueira, São Carlos e Salgueiro. 



OUTROS INSTRUMENTOS DE ORIGEM AFRICANA
     

O caxixi é instrumento idiofone do tipo chocalho, de origem africana.
Reco-reco é também raspador, caracaxá ou querequexé é um termo genérico que indica os idiofones cujo som é produzido por raspagem.
Afoxé é um instrumento musical composto de uma cabaça pequena redonda, recoberta com uma rede de bolinhas de plástico parecido com o Xequere sendo que o afoxé é menor.
O agogô ou gã é um instrumento musical formado por um único ou múltiplos sinos originado da música tradicional yorubá da África Ocidental.O agogô pode ser o instrumento mais antigo do samba.

A MÚSICA BRASILEIRA E OS RITMOS AFRICANOS

Samba: teria surgido por inspiração sobretudo de um ritmo africano, o semba, e teria sido formado a partir de referências dos mais diversos ritmos tribais africanos.Samba de roda é uma variante musical mais tradicional do samba originário do estado brasileiro da Bahia, provavelmente no século XIX.
Acompanhado por atabaques, ganzá, reco-reco, viola e violão, o solista entoa cantigas, seguido em coro pelo grupo a dança.
Carimbó: Música folclórica da Ilha de Marajó desde o século XIX.Cantores mais famosos: Verequete, Pinduca, Milton Yamada.
Maracatu: é uma manifestação cultural da música folclórica pernambucana afro-brasileira. É formada por uma orquestra de percussão que acompanha um cortejo real. Como a maioria das manifestações populares do Brasil, é uma mistura das culturas indígena, africana e européia. Surgiu em meados do século XVIII.


                                         



QUE TAL VISITAR O MUSEU AFRO BRASIL?
O Museu Afro Brasil é um museu histórico, artístico e etnológico, voltado à pesquisa, conservação e exposição de objetos relacionados ao universo cultural do negro no Brasil. Localiza-se no Parque do Ibirapuera, em São Paulo, no "Pavilhão Padre Manoel da Nóbrega" – edifício integrante do conjunto arquitetônico do parque projetado por Oscar Niemeyer na década de 1950. Oferece diversas atividades culturais e didáticas, exposições temporárias, contam com um teatro e uma biblioteca especializada. Inaugurado em 2004, o Museu Afro Brasil nasceu por iniciativa de Emanoel Araujo, artista plástico baiano, ex-curador da Pinacoteca do Estado de São Paulo e atual curador do museu.





 
A Cor da Cultura é um projeto educativo de valorização da cultura afro-brasileira, fruto de uma parceria entre Canal Futura, CIDAN, SEPPIR, MEC, Fundação Palmares, Petrobras e TV Globo.Nesse projeto você encontrará animações,jogos, músicas, como por exemplo: Tocando junto fui á África e quatro volumes compostos por lendas e fábulas da tradição oral africana ao longo de várias gerações.

ATIVIDADES DE APROFUNDAMENTO:
  1.  BUSCAR IMAGENS DE INSTRUMENTOS MUSICAIS.
  2. PESQUISAR UM RITMO BRASILEIRO COM INFLUÊNCIA AFRICANA E FAZER UMA RESENHA.
  3. PESQUISAR UMA DANÇA E APRESENTAR EM FORMA DE SEMINÁRIO. 
 QUER SABER MAIS?


ANDRADE, Mário de. "Os congos", Danças dramáticas do Brasil. Belo Horizonte: Editora Itatiaia, Brasília: Instituto Nacional do Livro, 1982

ALBIN, Ricardo Cravo. O Livro de Ouro da MPB. Rio de Janeiro: Ediouro, 2003.

 ORTIZ, Renato. Cultura brasileira & identidade nacional. São Paulo: EditoraBrasiliense, 1985.

RABELLO, Evandro. Ciranda: dança de roda, dança da moda. Recife: Ed.Universitária, 1979.


TINHORÃO, João Ramos. Os sons dos negros no Brasil. São Paulo: Editora 34, 1988.